“Sou da Bahia, Marinheiro só, de São Salvador”.

Destaque

Quando uma pessoa declara o seu pertencimento a algum local, automaticamente, está afirmando ser aquele o seu lugar no mundo.

A Educação Global é definida de várias formas. Porém, segundo a Declaração de Maastricht (2002), entende-se que: “Educação Global é uma educação capaz de abrir os olhos e as mentes das pessoas para as realidades do mundo, despertando-as para contribuírem para um mundo com mais justiça, equidade e direitos humanos para todos. Entende-se que a educação global abrange a Educação para o Desenvolvimento, a Educação para os Direitos Humanos, a Educação para a Sustentabilidade, a Educação para a Paz e a Prevenção de Conflitos e a Educação Intercultural, dimensões globais da Educação para a Cidadania”.

Destaque

Primeiro post do blog

Este é o seu primeiro post. Clique no link Editar para modificar ou excluir, ou então comece um novo post. Se preferir, use este post para informar aos leitores o motivo pelo qual você iniciou este blog e o que planeja fazer com ele. Se precisar de ajuda, fale com os usuários simpáticos nos fóruns de suporte.

Sou Maria tanto quanto sou Céu e antes de me entender como essa ou esta, já era quem sou: Maria e/ou Céu.


Na infância amava brincar de escola, eu era “a professora”, em todas as brincadeiras. Na adolescência os vizinhos deixavam de ir para a biblioteca para pesquisar na minha casa. Dava reforço escolar aos meus irmãos (mais velhos que eu) e aos amigos. No final da adolescência fiz Magistério, Continuei dando aulas de Técnicas de Redação, para os próximos e anos depois me formei em Pedagogia, me especializei em Língua Portuguesa e em Alfabetização e Letramento e segui estudando.
De 2013 a 2015, fui lecionar um turno, na Educação Infantil e o outro no 1º ano, do Ensino Fundamental, numa escola rural, onde necessitei escrever três projetos, para acelerar o processo de aprendizagem das crianças. Adaptei os projetos para utilizá-los nas duas modalidades: Em 2013 escrevi o 1º projeto educativo, com resultados impactantes na sala de aula e no território onde a escola estava inserida – “Meu nome, minha identidade”, para o Grupo 5, e adequando as práticas,  trabalhava o “Meu nome, uma proposta interdisciplinar de alfabetização e letramento”, com o 1º ano. Depois expandi aquelas ideias, criando em 2014 o “Poetizando – Tecendo as palavras”. Os estudantes aprenderam a ler e escrever sedentos por escrever poemas, falando das coisas e pessoas que amam e conseguiram.
Em 2016 e 2017 comecei a lecionar num bairro periférico da cidade de Salvador, capital da Bahia, onde alguns alunos viviam em situação iminente de risco social, além de parte deles se esquivarem dos estímulos afetivos, se privarem de adquirir novas aprendizagens e de apresentarem uma violência que jamais tinha visto em crianças daquela faixa etária e nem imaginava que pudesse existir formas de expressões tão adultas, em seres tão infantes. Assim, em 2017, escrevi o projeto “Abraços com cheiro de paz”, destinado àquelas crianças, aos seus familiares e, indiretamente, a toda a comunidade, que me acolheu tão bem. Um projeto que surgiu da indispensabilidade em melhorar o comportamento geral dos alunos, objetivando aumentar a capacidade de aquisição de saberes, pois o mau procedimento de uns inviabilizava a aprendizagem dos outros. “Abraços com cheiro de paz”, realmente, perfumou as crianças e estas aromatizaram as suas famílias, numa comunidade, que tem tanto a aprender e muito mais a ensinar e especialmente, trouxe um novo cheiro para a minha vida, aroma de vitória, de superação.
Embora trabalhe na Prefeitura Municipal de Salvador, sempre morei em Candeias, Região Metropolitana da capital baiana e no final do ano passado, pedi transferência de escola, vim trabalhar e morar na Ilha de Bom Jesus dos Passos, na Baía de Todos os Santos, comecei a pesquisar a vida na Ilha… Lugar de difícil acesso. Para trabalhar na ilha é necessário atravessar o mar todos os dias, indo e vindo, a bordo de lanchas, por isto existe a dificuldade para contratar professores e outros profissionais com qualificação superior.
Então, neste ano, estudando a Base Nacional Comum Curricular – BNCC, do meu país e meditando nas ideias do educador Paulo Freire e de outros teóricos da Educação, surgiu uma inquietação sobre as minhas práticas em alfabetização e letramentos, na classe que lecionaria…  Que inovações eu empregaria, numa escola com regime de tempo integral, localizada numa extensão de terra no meio do mar, numa sala de primeiro ano, para despertar o  protagonismo,  na  aquisição  de aprendizagens significativas?
Ressaltando a orientação do Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, 1997: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. Considerando que sou pesquisadora, da sociedade e dos comportamentos humanos e depois de entender os gostos da minha turma, ponderando que numa escola  com  tempo integral,  a  Educação  também  deve  ser,  mergulhei  num  projeto  musical,  à  beira mar,  elencando  e  valorizando  as  especificidades  locais  e  os  conhecimentos imprescindíveis  à  alfabetização  e  o  letramento.
Iniciamos o Projeto, “Sou da Bahia, Marinheiro só, de São Salvador – A musicalidade e a educação global no tempo integral”, buscando o engajamento da turma e que este fosse vinculado na comunidade escolar, objetivando a educação plena, com desenvolvimento intelectual, afetivo, físico e social e, felizmente, nos encontramos. O resultado foi translúcido e solar…